As criptomoedas, podem ser entendidas no geral como um dinheiro digital descentralizado, ou seja, um ativo que não é emitidas ou controladas por nenhum governo ou outra autoridade central. Elas são gerenciadas por redes “peer-to-peer” (ponta-a-ponta) de computadores que executam software livre e de código aberto.
Primeiramente, devemos ter em mente que o mercado de criptomoedas não é só Bitcoin. Há uma infinidade de ativos pertencentes a esse universo como as stablecoins (lastreados), os utility tokens (utilidade), além dos digital assets, ativos reais representados no formato digital.
Esses ativos digitais são a principal alternativa ao sistema bancário tradicional e apresentam grandes vantagens em relação a formas de pagamento anteriores e classes de ativos tradicionais.
Dentre outras particularidades, destacam-se pela sua eficiente capacidade de transferência. Com ele é possível realizar transações com pessoas no outro lado do planeta tão simples quanto pagar com dinheiro em um estabelecimento local. Em média, o tempo de transação de uma transferência internacional por moedas fiat varia de 1 a 2 dias, enquanto o tempo de processamento de uma transação de Bitcoin, por exemplo, leva em média 60 minutos para ser efetivada.
Como negociar criptomoedas
Antes de tudo, é preciso se atentar a alguns detalhes muito importantes. Primeiramente, devemos ter em mente que O Bitcoin não possui rendimento. Ele e as demais criptomoedas são ativos de valor, ou seja, variam a todo segundo de acordo com tendências e fatores macroeconomicos, diferentemente de fundos de investimentos que remuneram por juros compostos ou pagam dividendos. Por isso, desconfie sempre quando prometerem rendimentos mensais por aplicações via bitcoin ou outro criptoativo.
Outra coisa que devemos nos atentar é que investimentos em criptoativos, assim como outros tipos de investimentos, não devem ser feitos buscando milagres e sempre apresentaram riscos. Devem ser usados como uma estratégia de diversificação e seguem a mesma máxima do mundo dos investimentos tradicionais: Nunca coloque todos os ovos em um único cesto.
Conceitos Básicos
Assim como a Bolsa de Valores, que negocia ações, o mundo das criptomoedas também tem as suas empresas responsáveis pela negociação indireta de moedas digitais. Elas são chamadas de exchanges, e diferentemente das casas de câmbio tradicionais, ela só existe no ambiente digital. Nada mais são do que plataformas eletrônicas que facilita a compra, venda e troca de criptomoedas e tokens.
Essas empresas trabalham conectando compradores e vendedores, garantindo transações práticas e seguras. E assim como os bancos e corretoras de investimentos, estão disponíveis aos mil no mercado, cada uma delas com suas próprias regras, portfólio de ativos e funcionamento. As que mais se destacam no mercado nacional são Mercado Bitcoin, Foxbit e Binance, que apesar de ser estrangeira tem forte presença na negociação de criptoativos no Brasil.
Assim como o Real é representado pelo R$, o dólar americano por USD ou US$ e o Euro é representado por €, o Bitcoin também tem uma representação que é a sigla BTC. Essa sigla é chamada no mercado de investimentos de Ticker.
No geral a aquisição do bitcoin e de qualquer criptomoeda pode ser feita de forma inteira ou fracionada. No caso do Bitcoin, por exemplo, cada fração ganha o nome de Satoshi e para entender melhor esse conceito, é possível fazer uma analogia com a nossa moeda, o Real.
A fração do Real é chamada de centavos, e respeita a proporção de 100 centavos para 1 real. Logo, o Satoshi está para o bitcoin, assim como o centavo está para o nosso Real. A única diferença é que no universo das criptomoedas essa proporção é fracionada em maior quantidade por serem ativos virtuais que não precisam se adequar a rotinas de impressão e transações palpáveis.
Na perspectiva do Bitcoin 1 BTC corresponde a 100.000.000 Satoshis; Já na perspectiva do Satoshi: 1 Satoshi corresponde a 0,00000001 BTC.
Negociação
A compra e venda é muito fácil. Depois de escolher e abrir a sua conta em uma exchange, você deve depositar recursos nessa conta para através dela enviar ordens de compra para adquirir suas criptomoedas. A maioria das corretoras aceitam métodos de transferência de dinheiro tradicional, ou seja, você pode enviar valores via PIX e TED ela liberará o valor no saldo da sua conta na plataforma. Assim que o valor transferido for compensado, você já pode começar a negociar criptomoedas.
O valor do bitcoin e de qualquer criptoativo varia todo segundo e, diferentemente das operações no mercado de ações (bolsa de valores), ele não tem abertura e nem fechamento. Podem ser negociados e sofrem variação 7 dias por semana, 24 horas por dia. Por isso, são considerados ativos financeiros de alta volatilidade.
Existem N fatores que influenciam o valor das criptomoedas e, diferente do que se pensa, elas não são ilimitadas por serem virtuais. Existe um limite estimado de disponibilidade, então acabam sofrendo influência por variação de oferta e demanda. Quanto mais pessoas tiverem interesse em comprar mais irá aumentar o valor dessa moeda. Outros fatores que interferem estão no cenário macroeconômico: oscilações na taxa de juros, regulamentação do mercado, crises globais, guerras entre países, tudo isso tem impacto direto no valor de mercado desse ativo.
Entretanto, existe uma classe de criptoativos que não sofrem tanta volatilidade assim. Elas são chamadas de stablecoins, que numa tradução literal significam moedas estáveis. As stablecoins são criptoativos que possuem seu valor lastreado em algum ativo físico, como por exemplo: Moedas fiduciárias(Dólar, Euro, Real, etc), metais preciosos (Ouro e Prata), commodities como Café e Petróleo e até mesmo Carbono.
Por não estarem sujeitas a tanta volatilidade, as stablecoins são uma excelente opção para investidores que querem investir em ativos que acompanhem o dólar, ouro e demais moedas tradicionais usando o meio digital, tornando esses investimentos livres para transacionar e movimentar seus ativos sem maiores intervenção e exposição a tributações.
Exemplos de stablecoins interessantes
- Tether (USDT) lastreada no dólar americano.
- PAX Gold lastreada em Ouro
- Coffee Coin lastreada no quilo do café, com o valor garantido pela Minasul, cooperativa com mais de 60 anos no mercado.
Ordem a Mercado, Stop ou Limite: Qual Escolher?
O procedimento para comprar criptomoedas em qualquer corretora segue o mesmo padrão mas em geral você sempre vai se deparar com 3 formas de fazer essa negociação: Enviando Ordem a mercado, Ordem limite ou Stop market.
Quando selecionada a opção de compra a Mercado, a compra é feita de forma imediata pelo preço em vigor no momento exato de criação da ordem de compra. Ou seja, se 1 BTC estiver valendo R$172.600,00 naquele momento, você irá comprar a este exato valor.
As outras duas alternativas, ordem limitada e stop market, são usadas para comprar as criptomoedas de forma mais estratégica e menos imediatista. Quando selecionada a opção de ordem limitada, você define um preço alvo que quer comprar a criptomoeda e deixa “agendada” uma ordem de compra. Quando ela atingir aquele valor, a ordem é automaticamente executada.
Tomando de exemplo mais uma vez a negociação de um bitcoin: Imagine que o BTC está sendo negociado a R$172.600,00. Se você optar por comprar a Mercado, como vimos antes, a compra será feita a esse valor. Já, optando por comprar via ordem limitada, você pode programar a compra para quando o preço atingir R$150.000 e assim adquirir mais Satoshi do que compraria agora ao preço de R$172.600.
Já a estratégia de comprar por Stop Market é mais usado para venda. Abrindo uma ordem de venda por stop market você pode delimitar um valor X para equilibrar ou até evitar perdas potenciais caso o preço do bitcoin suba ou caia repentinamente. Quando você abre uma ordem de compra por stop você define o preço de entrada e saída e se o preço do bitcoin ultrapassar esse ponto que você definiu a ordem é executada, se não, a ordem fica ali de sobreaviso e é executada no momento que esse preço definido por você for atingido. Assim você não perde dinheiro se o BTC cair.
